segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Doenças viróticas - Mosaico dourado

Doenças viróticas - Mosaico dourado


Na natureza, o vírus do mosaico dourado (BGMV) é transmitido ao feijoeiro comum, pelo seu vetor, as moscas branca Bemisia tabaci e B. argentifolii que tem como hospedeiras 506 espécies em 74 famílias, entre monocotiledôneas e dicotiledôneas. Estes insetos pertencem à familia Aleyrodidae, com cerca de 126 gêneros e 1156 espécies.
No Brasil, a B. tabaci teve a sua presença relatada em lavouras de algodão, em 1968 no Estado do Paraná. A partir de 1972/73, surgiram enormes populações desta mosca no norte do Estado do Paraná e sul do Estado de São Paulo, além de outras regiões do país.
Na década de 80, um novo biótipo, adquiriu enorme importância nos Estados Unidos, Caribe e América Central. Após estudos biológicos e através da caracterização eletroforética, concluiu-se pela existência de uma nova espécie, denominada de B. argentifolii Bellows & Perring, 1994. No Brasil, esse novo biótipo foi constatado em 1990/91, no Estado de São Paulo, atacando plantas cultivadas, ornamentais e daninhas.
Atualmente, o mosaico dourado é encontrado em praticamente todas as regiões onde se cultiva feijão. As perdas devidas à doença podem atingir 100% sob alta incidência da enfermidade. Os sintomas, numa descrição mais recente da doença, são caracterizados pelo aparecimento, nas primeiras folhas trifolioladas, cerca de 14 dias após a semeadura, de amarelecimento foliar intenso induzindo nanismo das plantas e severa deformação das vagens com redução do número, tamanho e peso médio das sementes.
Os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da mosca branca são: condições climáticas e disponibilidade de plantas hospedeiras, durante o ano inteiro. Cultivos extensivos de soja e algodão e o plantio escalonado de culturas como tomate e feijão, tem propiciado a manutenção de elevada população da mosca branca.
Diversas estratégias de controle tem sido pesquisadas no Brasil e nos demais países, tanto do vetor quanto da virose.
No controle da mosca branca os seguintes fatores devem ser considerados: a região de cultivo; a época de plantio e a população da praga. Normalmente na safra das águas, observa-se uma baixa população de mosca branca. Nas áreas onde a população é baixa, o seu controle pode ser realizado através da pulverização com inseticidas de contato ou sistêmico ou através do tratamento de sementes. Em regiões com alta população do vetor, a proteção do feijoeiro deve ser preventiva, com a utilização de produtos sistêmicos de longo efeito residual, via tratamentos de sementes. Em casos de ocorrência de população migrante de mosca branca para a cultura logo após a emergência das plantas, mesmo com o tratamento de sementes, recomenda-se a aplicação de produtos de ação sistêmica ou de contato de alta eficiência , visando diminuir o tempo de permanência da praga nas plantas e consequentemente reduzindo o risco de transmissão da virose. Se o fluxo migratório da mosca branca para a cultura do feijoeiro ocorrer continuamente, o controle químico deve se estender até o período de frutificação ou de enchimento das vagens.