segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Doenças fúngicas - Mancha angular

Doenças fúngicas - Mancha angular


A mancha angular do feijoeiro comum, cujo agente causal é o fungo Phaeoisariopsis griseola (Sacc.) Ferr., encontra-se amplamente distribuída, abrangendo todas as regiões onde se cultiva esta leguminosa. Afeta com maior o menor intensidade, as diversas cultivares de feijoeiro. Apesar de ser uma das primeiras doenças do feijoeiro a ser investigada no Brasil, a sua importância econômica até há pouco tempo era desconsiderada devido a sua ocorrência só no fim do ciclo da cultura. Entretanto, na última década passou a ser considerada uma das principais doenças desta cultura, causando perdas que podem variar de 7 a 70 % dependendo, entre outros fatores, da suscetibilidade da cultivar, do momento da sua ocorrência, das condições de ambiente e da patogenicidade dos isolados. A mancha angular, além das folhas, ocorre nas vagens, caules e ramos. Nas folhas primárias as lesões são mais ou menos circulares com halos concêntricos de cor castanho-escura e nas folhas trifoliadas, as lesões têm formato angular, característica que deu o nome à doença. Nos caules e ramos, as lesões são alongadas, de coloração castanho-escura. Nas vagens, as lesões são inicialmente superficiais, quase circulares, de coloração castanho-avermelhada com bordos escuros.
O controle da mancha angular pode ser realizado pela integração de práticas culturais, pelo emprego de fungicidas tanto no tratamento da semente como em aplicação na parte aérea e pela utilização de genótipos resistentes. Entre as práticas culturais, recomenda-se a utilização de sementes de boa qualidade, produzidas em regiões de inverno ameno e seco, rotação de culturas com gramíneas, preparo do solo com a incorporação profunda de restos de cultura e a manutenção da cultura no limpo. O tratamento químico pode ser realizado tanto nas sementes como em pulverizações foliares de forma preventiva e com os fungicidas recomendados. Deve-se utilizar cultivares resistentes sempre que possível; entretanto, o desenvolvimento de tais genótipos é dificultado pela grande variabilidade genética que o patógeno apresenta.